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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Eleições 2014: Sobre o debate na TV Guará

No primeiro debate entre os candidatos ao governo do Maranhão, realizado ontem, 18, pela TV Guará, serviu, entre outras coisas, para mostrar que existe vida, eleição e candidato para além de Lobão Filho (PMDB) e Flávio Dino (PCdoB).
Isso porque o advogado Luis Antônio Pedrosa, do PSOL, deixou claro que nem só de grandes estruturas de campanha, grupos políticos fortes e recall se faz um bom candidato. Pedrosa saiu-se melhor do que os demais ao saber ficar por cima da dicotomia Lobão-Dino.
Só se espantou com a bom desempenho do psolista que não o conhece. Pedrosa é um homem preparado, inteligente; acumula um conhecimento sobre o Maranhão forjado na militância política e no exercício da profissão de advogado sempre atuando na defesa dos que mais precisam.
Luis Antônio Pedrosa, um ex-petista, diga-se de passagem, foi muito bem em vários temas, principalmente Segurança, e mesmo sobre a Saúde foi feliz na abordagem.
Só que o debate da TV Guará não foi marcado apenas pelo brilhantismo humilde de Pedrosa.
Flávio Dino, na sua primeira intervenção, pautou-se pelo surrado e enfadonho discurso de “Sarney para cá, Sarney para lá”. Quando partiu para discutir o que interessa não fez feio, sobretudo quando abordou a questão do IDH do nosso estado.
Contudo, o comunista desdobrou quando foi acuado com um questionamento sobre a gestão da educação em São Luis. Dino enrolou, enrolou e limitou-se a dizer que isso é assunto para eleição municipal e não para eleição estadual – mas na eleição de prefeito, em 2012, o que mais se viu foi introdução de assuntos estaduais em questões locais.
Já o peemedebista Lobão Filho foi bem no primeiro debate eleitoral da sua vida.
O candidato da coligação “Pra Frente, Maranhão” mostrou que tem propostas para o Maranhão a falar do PAM (Programa de Aceleração do Maranhão) que, segundo o candidato, foi uma sugestão dada pelo ex-presidente Lula para ser uma espécie de “PAC” (Programa de Aceleração do Crescimento)  estadual; soube desmontar o factoide de que acorda às 9 horas para trabalhar; não fugiu do debate sobre o fato de ser apoiado pelo grupo da governadora Roseana Sarney e ainda confrontou Flávio Dino sobre o DNOCS, órgão do Governo Federal, ser comandado pelo PCdoB, mesmo partido de Dino, e mesmo assim não dar a devida atenção para os problemas de sua responsabilidade no estado.
O momento mais equivocado de Lobão Filho no debate ficou por conta de um discurso anti-comunista que não faz mais sentido nos dias atuais. A coordenação de campanha do peemedebista, que, aliás, tem comunista pelo meio, deve observar esse anacronismo do candidato.  Isso sem falar que se todo comunistas fosse como Flávio Dino a grife Lacoste já teria passado o Facebook há muito tempo em termos de faturamento.
Saulo Arcangeli, por sua vez, já esteve melhor em debates. Talvez o peso de uma sigla como o PSTU, comandado no Maranhão pelo oligarca trotskista Macos Silva, o prejudique muito durante a campanha. Vamos aguardar.
Já o Professor Josivaldo limitou-se à combater o capitalismo, o que não é ruim, mas até para combater algo tem-se que ter, no mínimo, uma boa dicção para que as pessoas entendam o que você está dizendo.
Quanto ao Zeluís Lago, bom, o seu irmão, o ex-governador Jackson Lago, deve estar dando boas gargalhadas até agora ao lado de Neiva Moreira.
Enfim, apesar de chocho no geral,  o debate da TV Guará passou por média – talvez alguns aspectos das regras tenham dificultado para que fosse melhor.
Ah, não podemos esquecer ainda a performance do mediador do debate, jornalista Américo Azevedo, imortalizado daqui em diante pelo berro “tempo esgotado, candidato!” que, além de disciplinar o tempo dos candidatos, serviu para não deixar o eleitor/telespectador cochilar em muitos momentos…

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