JAPA

JAPA

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A prosa epilética do psicodoido



Poderia dizer que um psicodoido vive em nossa província fatigada. Cansado de olhar seu telescópio, a mesma estrela mórbida, a mesma ideia de que existe um mundo além deste, mundo alienígena, que possa ser mais brando que o nosso. Mais sútil que sua dura realidade decadente. O psicodoido odeia a mãe de Cristo e até da santa rogada de gesso reclama o seio.
Deseja mamar desprotegido ouvindo o Hard Rock do AC /DC, já que o imperador Cesar Augusto Bacelar Nunes já não está mais cá para lhe dar algum leite “cédular” . Resta, portanto, ao nosso psícodoido, desesperado como Sméagol, do filme “Senhor dos Anéis”, correr atrás de um símbolo precioso: algum presente que lhe reste de um mamado politico lunar...
O psicodoido da Chapada, preso no mesmo quadro que pinta, pôs como carcereira a Mona Lisa do sertão, mulher macho sim senhor! Que é capaz, sim, com a justas mãos, de apanhar aquilo que lhe é digno. De provar que sua natureza feminina tem a capacidade de vestir o signo de mãe, realizando seu desejo de ser eterna mãe, assim como o desejo do poeta Hard de ser eterno filho.
O psicodoido sem rosto defende aquilo mesmo que lhe é ausente. Fala de justiça sem ter por ela o mínimo de apreço; fala de identidade moral sem reconhecer que sua ética sucumbe a qualquer favor financeiro; e assim vai com a crista de galo, cisca em baixo e olha por cima - frágil ser como Jean Valjean, o personagem do Autor Francês Victor Hugo, em seu clássico “Os Miseráveis”.
Se Freud estivesse vivo, diria ao PSICODOIDO:

Cara! Você está preso à fase oral de seu desenvolvimento, no laço simbiótico com a figura da mãe. Você busca no outro o símbolo do seio significante. Esta marca no simbólico faz seu inconsciente usar a figura da mulher para extrair apenas o que lhe convém. Por isso você constantemente sonha com Danubia Carneiro, voltando a ser prefeita do lugar onde você mora. 

Por: Diogo Rodrigues

Poeta e acadêmico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário