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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

É duro ser oposição



Há um ditado que diz: “Ser oposição é fácil; difícil é ser governo”. Em Chapadinha é o contrário. Ser oposição aqui é que é uma pedreira. Depois de uma derrota humilhante, sem contracheque e sem discurso, os “cavalos cegos” só têm uma opção: apostar no fogo amigo, semear intrigas entre secretários, explorar decretos de emergência, realizar sessões extras para discutir o "sexo dos anjos", fazer piadinhas sem graça sobre faixas de pedestre ou - o que é pior! - se aliar a quem sempre combateram. 

Já para os governistas a coisa tá mole. Vejamos. Enquanto a oposição se esforça para encontrar chifre em cabeça de jumento, a administração tem material de sobra para expor na vitrine. Por exemplo: a gestão passada deixou a cidade paralisada, sem coleta de lixo, mal iluminada e com a maioria das escolas sem condição de funcionamento. No interior, as estradas e pontes que dão acesso aos povoados estão em péssimo estado. 

E mais: o município não pode conveniar com a Secretaria Estadual de Cultura porque as gestões anteriores não prestaram conta de 770 mil reais. Até agora ninguém sabe onde foi parar esse dinheiro. Isso sem falar no rombo no Instituto de Previdência – (IPC) e no inchaço da folha de pagamento, que, segundo fontes da prefeitura, girava em torno de R$ 1 milhão de reais. Esse dinheiro servia para pagar blogueiros, sustentar cabos eleitorais e garantir uma legião de puxa-sacos. 

Além disso, o chefe político de todo esse grupo tem uma ficha extensa junto aos órgãos federais de fiscalização. Já foi condenado duas vezes pelo Tribunal de Contas da União (TCU): numa das ações, por desvio de recursos da merenda escolar; noutra, por má aplicação de recursos públicos destinados à formação de professores. Recentemente o Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) propôs ação de improbidade administrativa contra ele e seu futuro aliado por irregularidades na execução de convênio com o Ministério do Meio Ambiente. 

Como o leitor pode ver, bala é o que não falta na agulha. O que foi dito acima é apenas um aperitivo. É por isso que o pessoal do governo aparenta estar tão tranqüilo. O mesmo não se pode dizer a respeito dos oposicionistas. Pelo nervosismo e pela gritaria, eles estão parecendo camelôs em fim de feira: vendendo o que não têm e comprando o que não podem pagar. É duro ser oposição! 
Ivandro Coêlho, professor e jornalista. 

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