Há um
ditado que diz: “Ser oposição é fácil; difícil é ser governo”. Em
Chapadinha é o contrário. Ser oposição aqui é que é uma pedreira. Depois
de uma derrota humilhante, sem contracheque e sem discurso, os “cavalos
cegos” só têm uma opção: apostar no fogo amigo, semear intrigas entre
secretários, explorar decretos de emergência, realizar sessões extras
para discutir o "sexo dos anjos", fazer piadinhas sem graça sobre faixas
de pedestre ou - o que é pior! - se aliar a quem sempre combateram.
Já para os
governistas a coisa tá mole. Vejamos. Enquanto a oposição se esforça
para encontrar chifre em cabeça de jumento, a administração tem material
de sobra para expor na vitrine. Por exemplo: a gestão passada deixou a
cidade paralisada, sem coleta de lixo, mal iluminada e com a maioria das
escolas sem condição de funcionamento. No interior, as estradas e
pontes que dão acesso aos povoados estão em péssimo estado.
E mais: o
município não pode conveniar com a Secretaria Estadual de Cultura porque
as gestões anteriores não prestaram conta de 770 mil reais. Até agora
ninguém sabe onde foi parar esse dinheiro. Isso sem falar no rombo no
Instituto de Previdência – (IPC) e no inchaço da folha de pagamento,
que, segundo fontes da prefeitura, girava em torno de R$ 1 milhão de
reais. Esse dinheiro servia para pagar blogueiros, sustentar cabos
eleitorais e garantir uma legião de puxa-sacos.
Além
disso, o chefe político de todo esse grupo tem uma ficha extensa junto
aos órgãos federais de fiscalização. Já foi condenado duas vezes pelo
Tribunal de Contas da União (TCU): numa das ações, por desvio de
recursos da merenda escolar; noutra, por má aplicação de recursos
públicos destinados à formação de professores. Recentemente o Ministério
Público Federal no Maranhão (MPF/MA) propôs ação de improbidade
administrativa contra ele e seu futuro aliado por irregularidades na
execução de convênio com o Ministério do Meio Ambiente.
Como o
leitor pode ver, bala é o que não falta na agulha. O que foi dito acima é
apenas um aperitivo. É por isso que o pessoal do governo aparenta estar
tão tranqüilo. O mesmo não se pode dizer a respeito dos oposicionistas.
Pelo nervosismo e pela gritaria, eles estão parecendo camelôs em fim de
feira: vendendo o que não têm e comprando o que não podem pagar. É duro
ser oposição!
Ivandro Coêlho, professor e jornalista.
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